"Agravamento da crise de dívida e travagem da economia ditam mudança na política monetária. Cinco meses depois de ter subido a taxa de referência da zona euro pela primeira vez em quase três anos, o Banco Central Europeu (BCE) está na iminência de alterar novamente o rumo da política monetária. O agravamento da crise de dívida, aliado à desaceleração económica, poderão levar a autoridade monetária a descer os juros já na reunião mensal de quinta-feira, reivindicam os economistas internacionais. "A minha recomendação é para o BCE baixar a taxa de referência em 50 pontos bases, como um seguro para baixar o risco de que a recessão volte a emergir", diz Julian Callow, economista-chefe do Barclays, que acrescenta que essa subida deve ser levada a cabo já na quinta-feira. "A deterioração económica está a tornar-se suficientemente rápida e alarmante para exigir que se emende as subidas da taxa" levadas a cabo este ano, frisa. Recorde-se que o BCE já subiu duas vezes a taxa de referência este ano: 25 pontos base em Abril e 25 pontos bases novamente em Julho. Nessa altura, os economistas apontavam para pelo menos mais um aumento ainda este ano. Mas a economia está a desacelerar bruscamente na Europa e um pouco por todo o mundo, levando a que os riscos inflacionistas diminuam consideravelmente de intensidade. Jean-Claude Trichet reconheceu isso mesmo a 29 de Agosto, afirmando que os riscos estão "em estudo" e possivelmente serão revistos em baixa. Os analistas consultados pela Bloomberg foram unânimes em analisar as palavras de Trichet indicavam que estava para breve nova mudança no rumo da política económica. Uma hipótese que ganha agora cada vez mais força. "A probabilidade de novos aumentos na taxa de juro evaporou-se e uma reversão dos aumentos anteriores parece agora mais provável", confirma Jennifer McKeown, economista da Capital Economics."
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