"Todos os créditos à habitação revistos em Março vão sentir as descidas na prestação mensal, graças à queda das taxas Euribor.
Todos os créditos à habitação revistos em Março vão sentir as descidas na prestação mensal, algo que não acontecia desde Abril de 2010. Além da descida ser generalizada, será ainda a mais acentuada desde 2009. Para a maioria dos créditos, a poupança mensal vai chegar aos 25 euros.
Enquanto os empréstimos indexados à taxa Euribor a três meses já reflectem as descidas do indexante desde Novembro, e os créditos indexados à Euribor a seis meses descem há três meses consecutivos, para quem como indexante a Euribor a 12 meses só agora volta a sentir um alívio na prestação mensal. Para estes casos a poupança chega mais cedo do que o inicialmente antecipado graças às descidas contínuas e pronunciadas das Euribor. As taxas interbancárias descem há 49 sessões consecutivas, nomeadamente desde 21 de Dezembro. Nesse dia o Banco Central Europeu (BCE) realizou o primeiro leilão com maturidade a três anos e com liquidez ilimitada, o que permitiu aos bancos europeus munirem-se de liquidez suficiente de modo a não ficarem reféns do mercado interbancário.
A menor procura e a menor necessidade de refinanciamento dos bancos aliviou a pressão sobre as taxas interbancárias, com a Euribor a três meses a cair ontem, pela primeira vez em 13 meses, abaixo da taxa de referência. Esta taxa, que serve de indexante a cerca de metade dos créditos à habitação e à maioria dos créditos às empresas, fixou-se ontem em 0,997%, abaixo dos 1% de referência, em vésperas do leilão de hoje do BCE. O regulador recebe hoje as solicitações de liquidez de cada banco, no segundo e último leilão a três anos, cujos resultados serão conhecidos amanhã. Embora os analistas acreditem que esta segunda vaga de liquidez não terá um impacto tão pronunciado no mercado, deverá ser suficiente para manter as taxas interbancárias deprimidas durante mais algum tempo."
In Económico